Conferência proferida por Rudolf Steiner, na cidade de Viena, em 9 de novembro de 1988.
“[…] Não se trata da ‘ideia sob a forma de aparência sensória’, e sim, bem o contrário, da ‘aparência sob a forma de ideia’. O conteúdo do belo, a matéria que a ele subjaz é sempre algo real, e a forma de surgimento é a ideiética. Vemos ser certo justamente o contrário do que diz a estética alemã: esta colocou simplesmente as coisas de cabeça para baixo. O belo não é o divino em sua vestimenta sensorialmente real; não, é o sensoriamente real em sua vestimenta divina. O artista não traz o divino para a terra deixando-o fluir para dentro dela, e sim apenas elevando o mundo para a esfera divina. O belo é ilusão, pois faz surgir diante de nossos sentidos uma realidade que se apresenta como mundo ideal. Cogite o quê, porém, ainda mais, cogite o como , pois no como se encontra o que realmente importa. O quê permanece algo sensório, mas o como de sua surgência se torna ideiético. Onde a forma de aparência sensória melhor se manifesta, aí também aparece a dignidade da Arte com máxima perfeição. […] A ideia é a suprema verdade – quando aparece como verdade, e não como ilusão. Temos uma ilusão efetiva, porém, quando o particular e o natural provindos de uma vestimenta eterna e não-perceptível aparecem com o caráter da ideia, pois esta, na realidade, não se encontra nele.”.
Fonte: STEINER, Rudolf. Arte e Estética segundo Goethe: Goethe como inaugurador de uma nova Estética. Tradução de Marcelo da Veiga Greuel. 2 ed. São Paulo: Antroposófica, 1998. pp. 33 – 34.